Deputado Mauro Moraes foi convidado a se retirar da base aliada do governo.
Sem um candidato definido dentro do PSD, o Palácio Iguaçu iniciou a colocar em prática a estratégia para eleger o sucessor de Ratinho Junior em 2026. E as primeiras medidas foram cirúrgicas e enérgicas — e vão servir como um recado à classe política.
A declaração do governador à rádio Jovem Pan de que vai apoiar uma candidatura do PSD para a sucessão, foi só pontapé inicial e público de um plano político já em marcha — que foi delineado anteriormente numa reunião da bancada do PSD da Assembleia Legislativa com o secretário chefe da Casa Civil, João Carlos Ortega.
Ciente da demanda interna do partido, Ratinho, ao dizer na entrevista que o candidato será do PSD, sepultou qualquer conversa de bastidor sobre uma possível aliança com a candidatura de Sergio Moro, do União Brasil, ao governo do Estado no ano que vem. Aliás, foram rumores neste sentido que provocaram a reunião da bancada com o homem forte do governador e o posicionamento do Chefe do Executivo.
Mas a postura de Ratinho foi apenas o start de um processo de rompimento com os “moristas” e a quem mais se ombrear ao ex-juiz da Lava Jato no cenário de 2026, uma fonte do Blog com acesso aos andares superiores do Iguaçu, conta que o deputado estadual e ex-secretário de Trabalho de Ratinho, Mauro Moraes (União Brasil), foi a primeira “vítima” — ele que andava para cima e para baixo, pelos quatro cantos do Paraná, propagando Moro como candidato ao governo. De “um dia para outro”, Mauro Moraes foi convidado a se retirar da base aliada do governo na Assembleia.
“É uma reação natural. O governo sempre soube da minha relação com o senador. O nosso partido tem um pré-candidato ao governo e penso que todos do União Brasil deveriam apoiá-lo. Agora na Assembleia, eu não vou ser oposição ao governo, até pela minha gratidão ao governador Ratinho Junior, mas fico agora (fora da base) mais à vontade, com mais liberdade para sugerir a até cobrar melhorias, principalmente, na área da segurança pública. Mas jamais trabalhar contra o governo”.
O “beijo da morte” foi dado por Ortega, que comunicou o deputado da saída do time dos governistas no legislativo — informação confirmada por Mauro Moraes. E não ficou só nisso. Aliados do deputado do União Brasil, que mantinham cargo no governo mesmo após a saída dele da pasta do Trabalho, foram chamados e dispensados de suas funções comissionadas e gratificadas, das parlamentares já prometidas a municípios representados por Mauro Moraes serão cortadas ou apadrinhadas por outro parlamentar governista. Comenta-se ainda que o posto de líder do União Brasil na Assembleia está ameaçadíssimo — seria uma “questão de tempo”.
“Muitos deputados que nós sabemos que não estarão com o PSD em 2026, na disputa pelo Governo, estão sendo atendidos pelo governo da mesma forma que os aliados, com emendas e cargos do governo. Houve uma antecipação do que iria acontecer daqui a alguns meses”, disse um parlamentar do partido de Ratinho que participou da reunião da bancada.
Mauro Moraes não deve ser o único a ser “desligado” da base governista. Conta a fonte que deputados que estão em cima do muro devem ser chamados para uma conversa no Palácio Iguaçu — e caso não firmem compromisso com o PSD para 26 podem ter o mesmo destino do ex-secretário de Trabalho.
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